Economia

Mercosul registra volume comercial recorde em 2022

jul, 05, 2023 Postado porGabriel Malheiros

Semana202326

O presidente argentino Alberto Fernández transferiu a presidência rotativa do bloco comercial regional Mercosul para o brasileiro Luiz Inácio “Lula” Da Silva em uma cúpula em Puerto Iguazú, província de Misiones.

Enquanto se negocia um acordo com a União Europeia, o bloco sul-americano atingiu o maior volume comercial de sua história em 2022. Segundo relatório oficial, o volume de compras e vendas com o resto do mundo superou US$ 752,6 bilhão. As exportações dentro do bloco também estão se recuperando.

Apesar de algumas discussões acaloradas nas últimas cúpulas do Mercosul, o bloco continua apresentando indicadores que comprovam sua relevância. Após uma fase de desaceleração, o comércio entre os membros plenos recuperou o impulso nos últimos dois anos e superou os níveis pré-pandemia em 38%. Passou de US$ 33 bilhões em 2019 para US$ 46 bilhões em 2022 e agora atingiu sua marca mais alta desde 2014.

Fontes do governo afirmam que cerca de 60% dessas exportações estão concentradas em produtos industrializados, principalmente nas áreas de média tecnologia, seguidas de agroindústria e combustíveis.

O gráfico abaixo mostra as exportações de contêineres do Brasil medidas em TEUs para seus parceiros do Mercosul entre janeiro de 2019 e maio de 2023. Os dados são do DataLiner.

Exportações do Brasil para Mercosul | jan 2019 – maio 2023 | TEU

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

A União Europeia (UE) já percebeu o sucesso comercial do bloco e tenta acelerar a conclusão do acordo que ainda apresenta “questões não resolvidas”. No mês passado, em visita ao Brasil, a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse ter “a ambição de fechá-lo o mais rápido possível, o mais tardar no final deste ano”.

“Neste novo e desafiador contexto global, o acordo tem ainda mais valor estratégico do que tinha anos atrás”, disse a secretária de Relações Econômicas Internacionais, Cecilia Todesca Bocco, em entrevista à Rádio 10. “Ele precisa ser atualizado e devemos adicionar alguns elementos para tornar o acordo bom para ambos os blocos.”

Nesta última questão, os países do Mercosul estão prestando atenção especial ao impacto que as novas regras ambientais europeias terão sobre suas exportações, uma vez que prevê multas pesadas para produtos que não cumpram determinados requisitos ambientais. A norma visa alcançar a “neutralidade climática” até 2050

Bruxelas oferece um plano para promover investimentos na região de mais de US$ 10 bilhões. A estratégia de incentivo da União Europeia chama-se Global Gateway: um programa de financiamento focado nas agendas de desenvolvimento e apoio à tecnologia verde.

Massa quer fortalecer comércio em moedas locais

O ministro da Economia, Sergio Massa, que também viajou a Puerto Iguazú, liderou a reunião de segunda-feira do Conselho do Mercado Comum, que reúne as principais autoridades econômicas de todos os países membros.

“Para fortalecer o comércio intra-Mercosul é fundamental consolidar acordos sobre pagamentos em moedas locais”, afirmou.

Para isso, o presidente do Banco Central da Argentina (BCRA), Miguel Pesce, e o presidente do Banco Central do Uruguai, Diego Labat, assinaram uma carta de intenções comprometendo-se a reduzir custos no comércio bilateral com moedas locais.

“O objetivo deste acordo é incorporar os pagamentos relativos ao comércio de serviços (exceto os referentes a serviços financeiros) e remessas, e permitir o uso indistinto de pesos argentinos e uruguaios na transferência de recursos”, disse o BCRA em comunicado à imprensa.

Nesse sentido, os principais membros do Mercosul, Argentina e Brasil, vêm explorando uma forma de financiar as importações. O governo espera uma reunião em agosto do grupo BRICS que possa decidir sobre o acesso a títulos bancários do bloco de países emergentes que possam destravar as conversas iniciadas em janeiro deste ano.

Fonte: Buenos Aires Herald

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