Aço e Alumínio

Usiminas irá paralisar alto-forno 1 devido à alta importação do aço chinês

dez, 12, 2023 Postado porSylvia Schandert

Semana202342

O presidente da Usiminas, Marcelo Chara, anunciou na manhã desta segunda-feira (11), durante coletiva de imprensa, que a siderúrgica irá interromper a produção do alto-forno 1. O motivo do ajuste é devido à alta de importação do aço chinês.

“As importações do aço chinês estão destroçando o tecido industrial do país e estão afetando diretamente toda a indústria. Estão ingressando no país a preços subsidiados [pelo governo chinês] e isso gera um tremendo dano”, afirmou Chara.

Para poder continuar competindo com os aços importados, o executivo informou que alguns ajustes técnicos na planta de Ipatinga estão sendo feitos, um deles, é a desativação do alto-forno 1, equipamento que tem a capacidade de produzir 600 mil toneladas/ano.

“Nós vamos ter que ajustar a produção, reduzir os planos de crescimento e investimentos, e já estamos em um processo de abafar o alto-forno 1”, explicou.

Chara também disse que não há uma data exata para a interrupção do equipamento e enfatizou que não há “como produzir com os três alto-fornos com essa condição de mercado”.

Impacto

O “abafamento” do alto-forno 1 trará reflexos negativos para o Vale do Aço. Além da clara redução de produção da Usiminas, haverá impacto negativo na geração de empregos na região.

“Abaixar a produção de uma máquina deste tamanho implica que vamos ter que demitir pessoas”, afirmou Chara, que, no entanto, preferiu não especular o número de demissões que podem ser realizadas.

“Por enquanto não há algo específico. Mas uma máquina desse tamanho tem pessoas que trabalham, têm serviços que são contratados, mas infelizmente temos que fazer isso, pelo contrário, comprometemos a competitividade da Usiminas”, enfatizou.

Taxação do aço chinês

O aço chinês chega ao Brasil subsidiado pelo governo do país asiático, com preços baixos e que prejudica a competitividade da indústria siderúrgica nacional.

Chara, assim como outros representantes das siderúrgicas brasileiras, pedem que medidas sejam tomadas pelo governo federal, como por exemplo, a taxação do produto chinês, assim como ocorre em países como Estados Unidos, México, membros da União Europeia, entre outros. Tais medidas combatem o comércio desleal. Marcelo Chara classificou esse processo como “ato de defesa”.

“A medida básica de defesa é igualar as taxas de proteção, como estão colocando países como Estados Unidos e México. As taxas para importação deveriam ser iguais. Com isso, evita que [o aço chinês] ingresse a preços subsidiados”, explicou.

Durante o encontro com a imprensa, Marcelo Chara disse que diretores das siderúrgicas nacionais, juntamente com o Instituto Aço Brasil, têm feito contato para que em breve haja uma reunião junto a Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e com Fernando Haddad, ministro da Fazenda.

Coqueria 3

Durante a coletiva de imprensa, o presidente também disse que a coqueria 3 da Usiminas será paralisada definitivamente. Neste equipamento, não pesa a situação do aço chinês, e sim, as questões ambientais, conforme explicou o executivo.

“Nós tomamos a decisão de abafar a coqueria 3 há poucos meses, devido às condições ambientais não atendiam o nosso compromisso com a comunidade”, concluiu.

Fonte: Diário do Aço

Clique aqui para ler o texto original: https://diariodoaco.com.br/noticia/0112016-usiminas-ira-paralisar-altoforno-1-devido-a-alta-importacao-do-aco-chines

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