Terminais portuários vão ao Cade contra MSC e Maersk

out, 31, 2022 Postado porGabriel Malheiros

Semana202244

A Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) – representante de 73 empresas portuárias que operam 235 terminais no Brasil – entrou com uma representação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) para pedir investigação sobre a atuação da MSC e da Maersk no mercado portuário brasileiro. A acusação é de que as duas empresas, as maiores do mundo em sua área de atuação, estariam abusando de sua dominância no transporte marítimo de contêineres para favorecer seus próprios terminais, elevando custos e diminuindo opções para escoamento da carga no Brasil.

O documento da ABTP destaca que, no Brasil, MSC e Maersk são responsáveis por 79% dos contêineres (53% de forma direta e outros 26% por meio de acordos comerciais) transportados ao longo da costa brasileira. O controle da carga no mar estaria possibilitando a escolha mais frequente pelos sete terminais portuários controlados por elas, em detrimento de outros, mesmo que em portos mais próximos da origem/destino da carga. Hoje os terminais dessas empresas – em Santa Catarina (3), São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Ceará – respondem pela movimentação de quase metade da carga conteinerizada do país.

“A situação ainda deve se agravar porque as duas empresas devem chegar ao oitavo terminal de contêineres, no Estaleiro Atlântico Sul (em Pernambuco)”, destaca Jesualdo Conceição Silva, presidente da ABTP, em entrevista exclusiva para o Farol Econômico. O Brasil tem ainda outros 19 terminais que não pertencem às duas empresas, chamados no setor portuário de “bandeiras brancas”. Segundo o presidente da ABTP, há um risco enorme de uma quebradeira generalizada se nada for feito.

O presidente da ABTP teme que, em situações mais extremas, a política de mercado da aliança 2M acabe inclusive tornando as regiões onde as duas empresas não tenham terminais menos atrativas economicamente.

“Se você tem uma fábrica aí na Bahia que precisa de insumos que vêm em contêineres, ou para escoar a produção, e estes problemas acontecem com frequência, acaba tirando a competitividade da região. Força até a quebradeira no setor portuário, mas não apenas nele, nas empresas que dependem dos portos”, avalia. “Mais de 95% do nosso comércio externo é feito via portos, estamos falando de soberania nacional”.

Fonte: Jornal Correio

Para ler o artigo original completo, acesse: https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/terminais-portuarios-vao-ao-cade-contra-msc-e-maersk/

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