Economia

Queda nas importações deve ajudar a garantir superávit comercial recorde em 2023

set, 05, 2023 Postado porSylvia Schandert

Semana202337

Com exportações praticamente estáveis, a queda nas importações de quase 20% em agosto ajudou a garantir o superávit comercial de US$ 9,8 bilhões, recorde para o mês, segundo dados divulgados na última sexta-feira (31 de agosto) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic). A dinâmica da balança de agosto deve continuar e, a julgar pelo saldo acumulado em oito meses – de US$ 63,3 bilhões, também recorde para o período –, especialistas apontam que o superávit possa chegar perto de US$ 90 bilhões em 2023, mesmo que a queda nas importações seja mais amena nos próximos meses.

José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), lembra que sua última projeção, divulgada em julho, apontava superávit comercial de US$ 86 bilhões para este ano. Dado os resultados até agora, porém, diz ele, é razoável esperar saldos comerciais mensais médios acima de US$ 5 bilhões até o fim do ano, o que levaria a um superávit “provável” de cerca de US$ 90 bilhões na balança comercial brasileira de 2023.

Ele destaca, porém, que o saldo positivo deve vir de maior queda do valor das importações, resultado principalmente do ajuste de preços após a inflação global puxada pelos descompassos provocados pela pandemia de covid-19 e também pela explosão de preços de petróleo com a guerra entre Rússia e Ucrânia, no ano passado.

Dados da Secex mostram que, de janeiro a agosto, os desembolsos com importações somaram US$ 162,1 bilhões, valor 10,4% abaixo de iguais meses de 2022. A queda resultou de recuo de 8,1% nos preços, embora o volume das compras externas tenha ficado praticamente estável, com queda de 0,3%.

Do lado das exportações, lembra Castro, também houve ajuste de preços de magnitude igual, com queda de 8,1% nos mesmos oito meses. A boa safra agrícola e a recuperação nos embarques de minério de ferro, porém, ajudaram a garantir alta de 10,4% no volume, resultando em uma quase estabilidade para a receita de exportação, que avançou 0,3% em igual período.

Welber Barral, sócio da BMJ e ex-secretário de comércio exterior, acredita que o superávit comercial neste ano pode chegar a US$ 95 bilhões, com dinamismo de balança muito marcado por queda nas importações, também puxada por preços.

Ele destaca que, de janeiro a agosto, os bens intermediários, responsáveis por mais de 60% das compras externas, amargaram queda de 14,8%. A quantidade caiu 2,7% e os preços caíram 11%. Como reflexo do ajuste na cotação internacional de petróleo, o valor importado de combustíveis caiu 24%, com queda de 28,9% em preços e apenas 1% em volume. Somente nessas duas categorias econômicas, a queda de importações foi de US$ 24,1 bilhões, sempre no acumulado dos oito meses.

Fonte: Valor Econômico
Para ler a reportagem original completa, acesse: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2023/09/01/queda-nas-importacoes-deve-ajudar-a-garantir-superavit-comercial-recorde-em-2023.ghtml

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