Produtores de frutas do RN querem proteger cargas

dez, 01, 2021 Postado porSylvia Schandert

Semana202146

As recentes apreensões de drogas feitas no Porto de Natal vêm preocupando produtores de frutas do Rio Grande do Norte. É o que afirma Fábio Queiroga, presidente do Comitê Executivo de Fruticultura (Coex/RN). Ao todo, em 2021, ações da Polícia Federal e da Receita Federal interromperam o embarque de 2,4 toneladas de cocaína em navios com destino à Europa.  Fábio Queiroga diz que a tendência é que as empresas passem a ter seus próprios veículos para evitar uma possível contaminação das cargas e não depender de transportadoras terceirizadas.

 Segundo a Coex, as empresas tomam uma série de medidas para coibir a ação de traficantes. “Colocamos câmeras para acompanhar o processo de carregamento para provar que ele é idôneo na origem, na fazenda. Colocamos lacres para evitar clonagens”, comenta.
As investidas dos traficantes internacionais acabam prejudicando a imagem do setor de produção e exportação de frutas no mercado, segundo Queiroga.
Fatores como a localização privilegiada e o protagonismo do Rio Grande do Norte na exportação de frutas transformaram o terminal portuário natalense em um ponto de embarque do tráfico internacional de drogas, segundo investigações da Polícia Federal. O estado é responsável por 40% das frutas que são mandadas para fora e para 2022, a expectativa é de que o setor movimente R$ 1 bilhão.
Confira abaixo as principais mercadorias exportadas via Porto de Natal em 2021. Os dados são do DataLiner

Top oito mercadorias exportadas via Porto de Natal | Jan a Out 2021 | WTMT

Quadrilha internacional tem usado o Porto de Natal
Há quase três anos, o Porto de Natal vem sendo utilizado para o escoamento da droga à Europa, por um ou mais grupos criminosos. Parte ou a totalidade dessa atividade é chefiada pelo “Pablo Escobar Brasileiro”, como é conhecido Sérgio Roberto Carvalho, um dos maiores narcotraficantes do mundo, segundo a Polícia Federal.
Segundo as investigações, ele utiliza  de um grandioso esquema em portos do Brasil, incluindo o de Natal, para transportar drogas à Europa. A Justiça estima que o Major Carvalho exportou 45 toneladas de cocaína, o que resulta em R$ 2 bilhões em drogas.
O principal método usado pelos criminosos é o Rip On/Rip Off, que consiste na quebra do lacre do contêiner, inserção da droga (Rip On) e colocação de outro lacre, sem conhecimento do exportador ou importador da carga lícita. Na descarga no destino, há o movimento inverso e o contêiner é reaberto para retirada da droga (Rip Off).
Como o Porto de Natal exporta apenas frutas e pescados, a droga é ocultada nas cargas refrigeradas
O auditor fiscal Maurício Santos aponta que a localização do Porto e a proximidade de Natal com a Europa são fatores que explicam a capital estar na rota do tráfico. “Natal é o último Porto antes do navio ir para Europa. O navio passa pouco tempo aqui, média de três dias”, acrescenta.
Além disso, até outubro do ano passado, o Porto de Natal operava sem scanner de contêineres, situação que só mudou após uma empresa que atua no local bancar a instalação do equipamento.

Fonte: Tribuna do Norte

Para ler a matéria original completa acesse o link: http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/produtores-de-frutas-do-rn-querem-proteger-cargas/526601

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