Grãos

Produção de soja no Rio Grande do Sul pode cair 15% em meio a chuvas torrenciais

maio, 03, 2024 Postado porGabriel Malheiros

Semana202417

As perspectivas para a produção de soja em um dos principais estados agrícolas do Brasil estão sofrendo um rápido declínio após chuvas intensas interromperem a colheita, deixando cerca de um quarto dos campos do Rio Grande do Sul a serem colhidos.

Essa situação abalou o ânimo dos agricultores no estado mais ao sul do Brasil, onde a produção de soja alcançou um ponto recorde na temporada 2023/24, após pelo menos dois anos de seca que reduziram a produção na região.

Leandro da Silva, gerente de uma unidade de grãos da cooperativa agrícola Cotrisal, na cidade de Sarandi, afirmou na sexta-feira que o impacto das chuvas, que inundaram cidades inteiras e campos de grãos em áreas mais baixas, pode resultar numa redução da produção do Rio Grande do Sul entre 19 milhões e 20 milhões de toneladas métricas.

A agência nacional de abastecimento Conab estima a produção de soja do Rio Grande do Sul em 21,89 milhões de toneladas, enquanto a agência estadual de culturas Emater estima em 22,25 milhões.

Apesar de a Emater não ter alterado suas projeções do relatório semanal divulgado na quinta-feira (02 de maio), destacou que as chuvas têm prejudicado a colheita da soja, que atingiu 76% da área plantada. A Conab revisará suas projeções nacionais de grãos em 14 de maio.

Adelson Gasparin, um corretor experiente na cidade de Passo Fundo, onde operam muitas cooperativas agrícolas, estimou perdas potenciais de 2,8 milhões de toneladas para a safra de soja do Rio Grande do Sul, à medida que as chuvas afetam a produtividade.

Embora até 90% da soja do estado tenha sido colhida nas áreas do norte, resta cerca de 40% para ser colhido nas áreas do sul.

Luiz Roque, analista da consultoria Safras & Mercado, afirmou ser prematuro prever o tamanho exato das perdas, mas estima que entre quatro e cinco milhões de toneladas da produção de soja do Rio Grande do Sul estejam “em risco”.

As chuvas intensas, previstas para continuar durante o fim de semana, resultaram na morte de pelo menos 31 pessoas, deixaram dezenas desaparecidas e causaram danos significativos à logística e à infraestrutura energética.

Fonte: Reuters

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