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Para Maersk, segundo trimestre será o mais difícil para o Brasil

maio, 19, 2020 Postado porSylvia Schandert

Semana202022

O presidente da Maersk para a América Latina, Lars Nielsen, acredita que a região deverá sofrer uma retração de até 25% em suas importações no segundo trimestre de 2020, mas as exportações tendem a se manter mais resilientes. 

Em entrevista para o jornal Valor Econômico, o executivo afirmou que a Maersk ainda não revisou sua projeção para o Brasil em 2020, devido às incertezas quanto à duração das medidas de isolamento social mas que antes da pandemia causada pelo novo coronavírus a expectativa já era de um crescimento modesto para o mercado de contêineres: cerca de 3,8%, considerando importações e exportações. 

“Os volumes no começo do ano ainda ficam dentro do esperado. A perspectiva é que o segundo trimestre será o mais difícil. No terceiro trimestre, a situação deverá começar a melhorar e, no quarto, esperamos que os volumes voltem ao normal”, afirmou o executivo, em conversa com o Valor. 

De acordo com a reportagem, a projeção da companhia foi feita com base os indicadores da China – que foi o primeiro país a sofrer os efeitos da crise provocada pelo Covid-19, e que hoje está com as atividades praticamente normais. 

Mesmo assim, o executivo da Maersk pondera que a situação no Brasil pode ser um pouco diferente, já que as importações deverão sofrer duplamente: além da retração da demanda, há o fator cambial, pois a desvalorização do real encarece os produtos vindos de fora. México e Chile, também têm sentido esse efeito. 

Em contrapartida, nossas exportações devem se sair melhor do que na média global, já que o perfil das exportações brasileiras – com uma participação grande de commodities agrícolas -, colabora com a resiliência do mercado. “A demanda por estoques de comida no mundo é estável, mesmo com a quarentena”, afirma Nielsen. 

O problema é que o descompasso entre importações e exportações causa escassez de contêineres, principalmente os refrigerados. “Dentro de uma semana, a disponibilidade de contêineres pode ficar mais apertada, mas não acredito que chegarão a faltar. O que pode haver são prazos maiores para que a entrega seja feita”, afirma Nielsen. Para recompor os equipamentos, a Maersk tem feito envios de contêineres adicionais nos navios, diz ele. 

Para o executivo, ainda é cedo para avaliar as tendências para o comércio global pós epidemia mas temos ouvido de grandes companhias que poderão buscar diminuir a pressão sobre sua cadeia de suprimentos, o que significa ampliar os estoques, para o caso de haver algum problema logístico”, afirma. Além disso, “Há uma tendência de buscar mais fornecedores, que estejam mais próximos. Isso poderia levar a uma alteração nas rotas marítimas. No entanto, ainda é cedo para prever esses efeitos”, finaliza. 

Fonte: Valor Econômico

 

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