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Navio de bandeira grega Bouboulina é suspeito de vazamento de óleo nas praias do NE, diz MPF

nov, 01, 2019 Postado porSylvia Schandert

Semana201945

O navio de bandeira grega Bouboulina é suspeito de vazamento do óleo nas praias do Nordeste, afirmaram procuradores da República em representação encaminhada à Justiça Federal que embasou a busca e operação realizada nesta sexta-feira em duas empresas ligadas à embarcação e obtida pela Reuters. 

À Justiça, os procuradores narram todo o trabalho que levaram a chegar sobre a suspeita que envolve a embarcação. 

“Nesse sentido, cristalino a existência de fortes indícios que o NM BOUBOULINA, da empresa DELTA TANKERS LTD., foi o navio envolvido com o vazamento de petróleo que gerou uma poluição marinha sem precedentes na história do Brasil”, disseram os procuradores. 

“Também há fortes indícios de que a empresa DELTA TANKERS, o comandante do NM BOUBOULINA e tripulação deixaram de comunicar às autoridades competentes acerca de vazamento/lançamento de ‘petróleo cru’ no oceano Atlântico que veio a poluir centenas de praias brasileiras”, completaram. 

A pedido do MPF, a Justiça Federal autorizou buscas e apreensão na Lachmann Agência Marítima e Witt O Brien’s, ambas sediadas no Rio de Janeiro, que teriam ligações com o navio petroleiro suspeito do vazamento. 

O delegado da Polícia Federal Agostinho Cascardo, um dos responsáveis pela Operação Mácula, no âmbito da qual foram cumpridos os mandados de busca e apreensão, disse que as duas empresas com sede no Rio de Janeiro alvo dos mandados não são em princípio suspeitas do vazamento de óleo, mas teriam ligações com o navio de bandeira grega. 

“As duas empresas são endereços ligados à empresa, são representantes, empresas que prestam consultoria, eles não são em princípio suspeitos de crime. São pessoas que podem ter arquivos e dados que sejam úteis à investigação da Polícia Federal”, disse o delegado, em entrevista coletiva. 

O delegado disse ter enviado cinco pedidos de cooperação internacional a cinco países diferentes, via Interpol, com o objetivo de investigar também o navio supostamente autor do vazamento do óleo em águas brasileiras. Ele destacou que essa é uma das linhas da apuração. 

Cascardo afirmou que, com base em dados da investigação, o óleo pode ter sido descartado entre os dias 28 e 29 de julho, numa localidade distante 730 quilômetros da costa da Paraíba. Ele disse que não é possível saber o motivo do descarte do material, uma vez que, apesar de a materialidade do crime estar bem definida, não se tem a circunstância do delito. 

O delegado afirmou que o navio tem capacidade de transportar 80 mil toneladas de petróleo, não sendo um dos maiores para esse tipo de uso. “O que chegou na costa brasileira, é uma pequena fração”, disse. 

Fonte: Reuters 

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