Regras de Comércio

Macron não assinará acordo com Mercosul se Brasil sair do acordo climático

jun, 27, 2019 Postado porSylvia Schandert

Semana201927

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse nesta quinta-feira (27/06) que não assinará nenhum acordo comercial com o Brasil se o presidente Jair Bolsonaro se retirar do acordo climático de Paris, ameaçando colocar um ponto final nas negociações comerciais entre União Europeia e Mercosul.

As conversas da UE com o Mercosul, quarto maior bloco comercial do mundo, se intensificaram, com Bolsonaro dizendo este mês que um acordo poderia ser assinado “em breve”, enquanto a UE o chamava de “prioridade número um”.

No entanto, os nervos da UE em relação a uma onda de importações de carne bovina e a hesitação do Mercosul em relação à abertura de alguns setores industriais, como carros, fizeram com que as negociações desandassem. Um acordo pode estar próximo, mas fora do alcance.

A França, em particular, está preocupada com o impacto, em sua vasta indústria agrícola, das importações sul-americanas que não teriam que respeitar as rigorosas regulamentações ambientais da UE.

“Se o Brasil deixar o acordo de Paris, até onde estamos preocupados, não poderemos assinar um acordo comercial com eles”, disse Macron a repórteres no Japão antes de uma reunião do G20.

“Por um motivo simples. Estamos pedindo aos nossos agricultores que parem de usar pesticidas, estamos pedindo às nossas empresas que produzam menos carbono, o que tem um custo de competitividade”, disse ele. “Então, não vamos dizer de um dia para o outro que vamos permitir a entrada de mercadorias de países que não respeitem nada disso”, acrescentou.

No início deste ano, a França votou contra a abertura de negociações comerciais entre a UE e os Estados Unidos por causa da decisão de Washington de renunciar ao acordo climático de Paris.

No entanto, a medida francesa não impediu a abertura das negociações comerciais porque a maioria necessária dos países-membros da UE a apoiou.

Não está claro se a França seria capaz de mobilizar outros países da UE se votasse contra um acordo com o Mercosul.

Fonte: Reuters

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