Economia

Importações brasileiras de contêineres crescem em agosto motivadas pela demanda por plásticos

set, 30, 2021 Postado porSylvia Schandert

Semana202138

As exportações em contêineres da América do Sul caíram ligeiramente em agosto de 2021 em comparação a igual mês de 2020, enquanto as importações continuaram crescendo, porém a um ritmo menor que nos três meses anteriores. Isso é o que apontam os dados recém-divulgados do DataLiner da região para o mês de agosto de 2021.

Exportações  

No mês, as exportações brasileiras em contêineres caíram 0,79% no em relação a agosto de 2020. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, no entanto, o Brasil exportou 1.908.135,10 TEU contra 1.812.898,48 TEU no mesmo período de 2020, um crescimento de 5,25%.

Confira no gráfico abaixo:

Acumulado  das Exportações Brasileiras de Contêineres | Jan a Ago 2019-2021 | TEU

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração

Já na Argentina, a queda foi de 8,9% no comparativo agosto de 2021 com mesmo mês de 2020. No acumulado do ano, foram exportados pelo país 345.245,10  TEU contra 374.080,10 TEU nos oito primeiros meses de 2020, uma queda de 7,7%.

Vale destacar que os persistentes gargalos logísticos no transporte marítimo e a falta de contêineres tem prejudicado as exportações. De acordo com o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Nicolas Rueda, “essa grave crise operacional gerou disparada no valor dos fretes, constantes cancelamentos de bookings – espaço dos contentores nos navios –, dificuldade para novos agendamentos e disputa por contêineres e lugares nos navios”, expõe.

Segundo apuração realizada pelo Conselho junto aos exportadores, os entraves fizeram com que o Brasil deixasse de exportar cerca de 3,5 milhões de sacas entre maio e agosto de 2021, o que, considerando os preços médios dos embarques, equivale ao não ingresso de aproximadamente US$ 500 milhões em receitas ao país.

Para tentar resolver os gargalos do comércio marítimo, exportadores do agronegócio e da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) reuniram-se com o governo federal no dia 22 de setembro em Brasília para debater soluções para esse impasse.

O encontro foi com o secretário de Desenvolvimento da Infraestrutura do Ministério da Economia, Gustavo Ene, e outros membros da Pasta. Havia uma insatisfação dos exportadores com a falta de diálogo com o governo.

Participaram do encontro o Cecafé, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca), o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho).

Importações

A maré, por outro lado, estava do lado das importações que, em agosto, cresceram 18,8% no Brasil em relação a agosto de 2020. No acumulado do ano, foram importados 1.798830,24 TEU no período de janeiro a agosto de 2021 contra 1.391.967,79 TEU no mesmo período de 2020, crescimento de 29,23%.

Confira no gráfico abaixo os volumes importados mês a mês:

Acumulado das Importações Brasileiras de Contêineres | Jan a Ago 2019-2021 | TEU

Na Argentina, o percentual de crescimento na comparação agosto de 2021 e agosto de 2020 foi de 1,53%. No acumulado do ano foram importados de janeiro a agosto de 2021 424.813,93 TEU contra 357.133,96 TEU no mesmo período de 2020, crescimento de 18,95%.

Quando analisado o crescimento das importações por produto, o destaque no Brasil são os plásticos. A redução do imposto de importação do PVC em dezembro de 2020  de 14% para 4% pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) e o aumento da demanda interna motivaram o crescimento.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), a decisão da redução do imposto contribui para a correção do problema estrutural do monopólio com mercado fechado, estabelecido há cerca de 15 anos.

“O governo acerta, pois trata-se de um produto essencial para a economia, haja vista que estamos enfrentando desabastecimento”, sublinha José Ricardo Roriz Coelho, presidente da entidade.

O etileno, que registra o maior volume da categoria, aumentou em 20,49% o volume importado nos oito meses de 2021 em comparação com igual período de 2020. As importações de PVC cresceram 125,9%, as de propileno 51,83% e as poliacetais 42,18% no mesmo comparativo. Confira abaixo:

Importação Brasileira de Plásticos | Jan-Ago 2019-2021 | TEU

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)

Vale destacar que historicamente, o Brasil importa entre 25% e 30% do total de resinas que consome.

 

 

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