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Houthis desafiam EUA e podem bloquear uma das rotas marítimas mais importantes do mundo

dez, 20, 2023 Postado porGabriel Malheiros

Semana202346

Uma situação paralela à guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas virou objeto de preocupação de líderes de diversos países nos últimos dias. Os Houthis, facção apoiada pelo Irã que controla parte do Iêmen, intensificaram ataques a navios mercantes no mar Vermelho, forçando mais de uma dezena de empresas de transporte marítimo a suspender rotas naquela região.

Os Estados Unidos anunciaram na segunda-feira (18) uma coalizão de dez países para reforçar a segurança na área. Os houthis, porém, responderam nesta terça-feira (19) e garantiram que continuarão com as ações, que são uma demonstração de apoio ao Hamas.

O aumento das tensões no mar Vermelho esteve na pauta dos encontros do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, em viagem nesta segunda-feira (18) ao Oriente Médio.

“O secretário Austin sublinhou que os ataques já tinham impacto na economia global e continuariam a ameaçar o transporte marítimo comercial se a comunidade internacional não se reunisse para resolver a questão coletivamente”, disse nesta terça-feira (19) o porta-voz do Pentágono, major-general Pat Ryder.

Os seguintes armadores anunciaram nos últimos dias que suas embarcações não passarão mais pelo mar Vermelho até nova ordem: Maersk (Dinamarca), Hapag-Lloyd (Alemanha), CMA CGM (França), MSC (Itália-Suíça), a petroleira BP (Reino Unido), Evergreen Marine e Yang Ming Marine Transport (Taiwan), Cosco (China), OOCL (Hong Kong), Euronav (Bélgica), Frontline e Wallenius Wilhelmsen (Noruega) e HMM (Coreia do Sul).

Juntas, as empresas que desviaram as embarcações “controlam cerca de metade do mercado global de transporte de contêineres”, disse à Reuters Albert Jan Swart, analista do banco ABN AMRO. “Evitar o mar Vermelho levará a um custo mais alto devido ao maior tempo de viagem”, afirmou Swart.

Embora os houthis digam ter como alvo embarcações relacionadas a Israel, as ações que organizaram recentemente afetaram navios de vários países. Em 19 de novembro, eles sequestraram um navio de propriedade parcial de um empresário israelense, o Galaxy Leader.

O governo americano classificou o caso de “pirataria” e disse que considera redesignar o Houthi como organização terrorista — apenas Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Iêmen adotam essa classificação para o grupo atualmente.

Os ataques de artilharia a navios mercantes que passavam pelo estreito de Bab el-Mandeb se intensificaram recentemente, alvejando pelo menos 20 embarcações.

Coalizão

Na segunda-feira, o Pentágono anunciou a formação de uma coalizão militar composta de dez países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, França, Espanha, Itália, Holanda, Canadá, Noruega, Bahrein e Seychelles.

A iniciativa, chamada Operação Guardião da Prosperidade, visa assegurar a segurança e a liberdade de navegação no mar Vermelho. A coalizão atuará sob a égide da Força Naval Internacional Forças Marítimas Combinadas, um grupo de 39 países dedicado a proteger o fluxo de comércio e melhorar a segurança marítima em diversas regiões.

O Pentágono destacou que a escalada dos ataques dos houthis ameaça o livre comércio, coloca em risco marinheiros e viola o direito internacional.

O secretário de Defesa dos EUA enfatizou a importância de enfrentar o desafio representado pelos houthis, um ator não estatal que lançou mísseis balísticos e drones contra navios mercantes de diversas nações que transitam legalmente em águas internacionais.

Fonte: R7

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