Economia

Freada na economia chinesa ameaça commodities, mas não deve ser risco global

fev, 08, 2022 Postado porGabriel Malheiros

Semana202206

Uma desaceleração prolongada no crescimento da economia chinesa pode afetar algumas empresas multinacionais e produtoras de commodities nos próximos anos, pesando sobre a recuperação mundial da pandemia – mas provavelmente sem tirá-la completamente dos trilhos.

A perda de força da economia chinesa – que representa cerca de 15% do comércio internacional e 25% do crescimento econômico global projetados nos cinco anos até 2026 – já pesa sobre o preço de commodities como o minério de ferro. Um possível lado positivo nessa desaceleração pode ser uma redução das pressões inflacionárias globais.

Depois de inicialmente liderar o mundo para fora da recessão no fim de 2020 e início de 2021, a economia chinesa perdeu força nos últimos tempos. Medidas governamentais para esfriar o superaquecido mercado imobiliário impactaram a atividade na construção civil. Fábricas sofreram com interrupções temporárias na eletricidade, causadas em parte por medidas do governo para reduzir as emissões de carbono. O crescimento do consumo tem sido fraco, contido pelas restrições sociais da rigorosa política chinesa de “covid zero” e pelo baixo crescimento na renda do consumidor.

As estimativas para a segunda maior economia do mundo agora são de crescimento de 4,8% em 2022 e de 5,2% em 2023, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). São números bem inferiores à expansão anual média de cerca de 8% observada entre 2014 e 2019.O crescimento econômico mundial deve desacelerar de 5,9% em 2021 para 4,4% em 2022, segundo o FMI, em parte pela redução dos estímulos nos EUA e pela desaceleração chinesa. Ainda assim, o crescimento global será superior ao dos anos pré-pandemia.

Louis Kuijs, ex-chefe da área de economia asiática na Oxford Economics, diz que um dos maiores impactos da desaceleração da China será sobre os produtores de commodities, especialmente os mercados emergentes que dependem da demanda chinesa.

Embora os preços de alguns metais, como níquel e alumínio, tenham se mantido altos, graças à oferta limitada e à forte demanda por bens como veículos elétricos, o preço do minério de ferro, que a China importa principalmente da Austrália e do Brasil, caiu mais da metade desde meados de julho.

Confira a seguir quais foram as cinco maiores exportações brasileiras para a China em 2021. Os dados são do DataLiner.

Top 5 produtos exportados pelo Brasil para a China | Jan a Dez 2021 | WTMT

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar demo)

Por sua vez, com a desaceleração da China, o mundo tem um motor inflacionário a menos, segundo analistas. Se a economia da China estivesse muito aquecida, isso empurraria os preços ainda mais para cima, pois aumentaria a pressão sobre as cadeias de abastecimento, que já não dão conta da demanda ocidental por chips e outros bens.

Mas o papel da China em ajudar a reduzir a inflação não é algo garantido. Qualquer disseminação adicional da variante ômicron, que já foi detectada em várias cidades chinesas, pode levar a mais lockdowns e elevar os preços das exportações chinesas. Um aumento de 10% nos preços das exportações chinesas que venha a ser causado por problemas de oferta pode reduzir o crescimento global em 0,7 ponto percentual, estima a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Fonte: Valor Econômico 

Para ler o artigo original completo, acesse: 

https://valor.globo.com/mundo/noticia/2022/02/08/freada-na-china-ameaca-commodities-mas-nao-deve-ser-risco-global.ghtml

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