Exportação de sucata / scrap metal exports
Aço e Alumínio

Exportações de sucata ferrosa crescem 109% em agosto, mas sonegação prejudica setor

set, 18, 2023 Postado porSylvia Schandert

Semana202338

Segundo números do Ministério da Economia, Secex, as exportações de sucata ferrosa somaram 64.731 toneladas em agosto de 2023, um aumento de 109,7% em relação às exportações de 30.864 toneladas no mesmo mês de 2022. No acumulado dos oito primeiros meses, as vendas externas atingiram 476.493 toneladas, um incremento de 77,8% em comparação às 267.978 toneladas do mesmo período do último ano.

“As empresas sempre priorizam o mercado interno e exportam mais apenas quando há retração no mercado interno”, afirma Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa). “As indústrias estão também aumentando a verticalização da produção, utilizando seu próprio insumo na fabricação de aço, o que desestimula o uso de materiais reciclados, coletados e vendidos por catadores e empresas recicladoras”.

O gráfico abaixo apresenta os embarques de sucata ferrosa (SH 7204) do Brasil entre janeiro de 2019 e julho de 2023, segundo o serviço de inteligência marítima DataLiner.

Sucata ferrosa do Brasil | Janeiro de 2019 – julho de 2023 | TEU

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

O Inesfa considera que o aumento da tarifa de importação de papel e outros resíduos para 18% a partir de agosto, determinado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), terá pouco efeito positivo no setor. “O que tem mais impacto, na verdade, é a verticalização da indústria e menor uso do insumo reciclável”, diz. A previsão é de que ocorra uma queda de pelo menos 30% na demanda interna por sucata em 2023, enquanto a exportação deve atingir patamares elevados até dezembro. “O início da queda da taxa de juros no país, determinado pelo Banco Central na reunião do Copom, e a melhoria do emprego nos últimos meses, trazem alguma esperança para o segundo semestre, principalmente na construção civil, mas continuamos pessimistas sobre a reação do nosso setor de insumos recicláveis, que só deve ocorrer em 2024”, diz Alvarenga.

Para o presidente do Inesfa, é fundamental que haja maiores estímulos governamentais à reciclagem no âmbito federal, estaduais e municipais, uma vez que a atividade é essencial e estratégica na preservação do meio ambiente e incremento da economia circular.

Outro ponto que prejudica o setor é a sonegação de impostos estaduais de pelo menos 30% da sucata ferrosa comercializada no Brasil. A atividade ilícita impacta os preços de mercado dos materiais posto em desuso, conforme levantamento realizado pelo S&P Global Platts, agência americana especializada em fornecer preços-referência e benchmarkets para o mercado de commodities. A previsão é que o problema seja resolvido somente após o Brasil votar no Congresso e sancionar a reforma tributária. Estima-se que, do total de 12,5 milhões de toneladas comercializado no ano passado, cerca de 4 milhões de toneladas somente de sucata ferrosa foram envolvidas em fraudes, segundo Alvarenga “Os maiores prejudicados são os governos estaduais e toda a sociedade”, disse Alvarenga. “E isso está acontecendo em todos os Estados do Brasil.”

Nos últimos cinco anos, a sonegação cresceu cerca de 5% no comércio interno de sucata ferrosa, para mais de 30% em um segmento que deve totalizar aproximadamente 10 milhões de toneladas neste ano, segundo estimativas da Associação dos Recicladores do Brasil.

Fonte: Brasil 61

Para ler a reportagem original, acesse: https://brasil61.com/n/sucata-ferrosa-exportacoes-crescem-109-em-agosto-mas-sonegacao-prejudica-setor-mine230471                                                                                                                                                                                 

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