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Açúcar e Ethanol

Estímulo dos EUA a biocombustível abre mercado para o Brasil

jul, 11, 2023 Postado porGabriel Malheiros

Semana202328

A demanda por biocombustíveis dá sinais de que seguirá firme pelos próximos anos, como uma alternativa para a transição energética. Em consequência disso, o Brasil tende a ser um dos principais beneficiários, afirma o Itaú BBA em sua primeira análise sobre a presença do biocombustível no âmbito global

Segundo o banco, essa demanda pode estimular as exportações de etanol, de outros combustíveis ‘verdes’, e de grãos para produção de biocombustível pelo Brasil. Além disso, tende a valorizar os preços internacionais dos grãos.

Guilherme Bellotti, gerente de Consultoria Agro do banco, disse que, diante desse cenário, a indústria dos Estados Unidos tem tido muitos incentivos para aumentar a produção no setor, principalmente de etanol e diesel de biomassa. O etanol, por sua vez, é utilizado como insumo para a fabricação do bioquerosene de aviação, o Sustainable Aviation Fuel (SAF). Assim, segundo o analista, surge uma nova demanda que pode ser atendida com a contribuição de insumos brasileiros.

“Considerando que apenas 30% da produção esperada de SAF nos Estados Unidos em 2050 seja produzida a partir de etanol de milho, a necessidade adicional do cereal seria de 150 milhões de toneladas”, estimou.

Trata-se de um salto grande, visto que, para 2030, a projeção de consumo dos EUA para essa finalidade é de 13 milhões de toneladas. “Acho que isso abre mais um driver (motivador) de demanda por produtos agrícolas”, acrescentou.

Considerando o horizonte entre 2022 e 2027, o Itaú BBA estima que o consumo americano de soja para diesel de biomassa deve aumentar cerca de 17,6 milhões de toneladas, passando para 45,3 milhões de toneladas.

Se esse aumento da demanda por soja pela indústria dos EUA se concretizar será necessário ampliar a área plantada, que precisaria crescer em torno de 4,6 milhões de hectares para adicionar um volume de 17,6 milhões de toneladas da oleaginosa, segundo a estimativa.

Além disso, uma eventual redução do excedente exportável americano de soja para atender a demanda local da indústria de biocombustíveis poderia colocar pressão no fluxo comercial internacional dos produtos.

“Isso também tenderia a influenciar positivamente os preços para estimular o avanço da oferta em outras origens”, avaliaram os especialistas do banco.

Fontes do setor acreditam que mesmo que esse movimento aconteça de forma paulatina e gradual, a expectativa é que o Brasil se beneficie tanto como exportador de produtos agrícolas, quanto como fornecedor de biocombustíveis aos EUA de maneira mais plena.

Fonte: GloboRural

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