Grãos

Esmagamento de soja na América Latina deve aumentar em 2024, aponta S&P Global

jan, 04, 2024 Postado porGabriel Malheiros

Semana202401

Os volumes de esmagamento de soja na América Latina devem aumentar consistentemente em 2024, impulsionados pela recuperação das safras na Argentina e por uma mistura mais alta de biodiesel no Brasil.

De acordo com as estimativas da S&P Global Commodity Insights, o esmagamento combinado para Argentina e Brasil está projetado para atingir 92,10 milhões de toneladas em 2024, um aumento de 15,3% em relação a 2023, quando a Argentina viu sua colheita reduzida pela metade devido à seca histórica.

A Argentina perdeu sua posição de destaque na produção de farelo de soja para o Brasil em 2023 devido a uma queda histórica na produção de grãos causada pela seca e diminuição dos estoques.

Colheita de soja na Argentina

Para o ano comercial 2023-24 (abril-março), a S&P Global estima que a colheita de soja na Argentina alcance 50,50 milhões de toneladas, mais do que o dobro em comparação com 22 milhões de toneladas na temporada anterior.

“O aspecto mais crucial para a cadeia de valor da soja é a disponibilidade de matéria-prima. Nesta nova campanha 2023-24, o fenômeno El Niño corrigiu a falta de umidade no solo e permitiu uma temporada de plantio correta”, disse Javier Preciado Patino, analista agrícola e ex-subsecretário dos mercados agrícolas do Ministério da Agricultura da Argentina. “Neste momento, 97% das plantações de soja na Argentina estão em condição normal a excelente. Esperamos uma produção de 48 [milhões]-50 milhões de toneladas, o que permitiria à indústria oleaginosa recuperar seu esmagamento médio”, disse Patino.

Nos últimos três anos, a Argentina enfrentou as consequências da La Niña, que traz chuvas abaixo da média. No entanto, a maior umidade vêm apoiando o desenvolvimento local das safras.

Há certo otimismo entre o mercado com o novo presidente do país, Javier Milei, que assumiu o cargo em 10 de dezembro. O novo governo elevou a taxa oficial de câmbio para Peso 800/$1 e estabeleceu uma taxa de câmbio mista para exportadores agrícolas, combinando 80% da moeda oficial com 20% da livre (CCL). Por outro lado, Buenos Aires pretende aumentar as tarifas de exportação para farelo e óleo de soja.

“A indústria de soja da Argentina recuperará seu nível médio de atividade de esmagamento nesta nova campanha 2023-24. A única ameaça é a decisão do governo de aumentar os impostos de exportação dos subprodutos de 31% do preço FOB para 33%, uma política que poderia impulsionar as exportações de soja em vez dos subprodutos”, disse Patino.

Ao longo de 2023, os preços à vista para cargas de farelo de soja FOB Upriver superaram aqueles vistos no FOB Paranaguá, no Brasil, contrastando com um padrão histórico, já que a Argentina costuma negociar abaixo do Brasil devido a questões logísticas e geográficas.

O preço absoluto do farelo de soja FOB Upriver subiu 5,9% em 2023 até 22 de dezembro, atingindo US$ 446,38/tonelada, de acordo com dados da S&P Global. O valor FOB Paranaguá, por sua vez, ganhou 0,6% no período, atingindo US$ 448,75/tonelada.

Fonte: S&P Global

Clique aqui para acessar a matéria completa: https://www.spglobal.com/commodityinsights/en/market-insights/latest-news/agriculture/122623-latin-american-soy-crush-to-rise-in-2024-on-crop-recovery-higher-biodiesel-mandate

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