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Empresas brasileiras buscam ampliar exportação de alimentos halal

mar, 16, 2023 Postado porGabriel Malheiros

Semana202313

O Brasil, o maior exportador mundial de carnes halal, está agora buscando expandir a oferta de produtos alimentícios para as 57 nações de maioria muçulmana do mundo, bem como comunidades islâmicas em outros países.

O projeto Halal Brasil — lançado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, conhecida como ApexBrasil — visa incentivar empresas de alimentos e bebidas nacionais a obterem certificações halal e exportarem para o mundo muçulmano.

O projeto alcançará pelo menos 500 pequenas e médias empresas e as informará sobre os benefícios de buscar uma certificação halal e entrar nos mercados muçulmanos em todo o mundo.

Nozes, laticínios e frutas estão entre os itens que poderão vir a serem exportados pelas empresas brasileiras.

Durante dois anos e meio, os participantes do projeto aprenderão sobre os mercados muçulmanos e a certificação halal. As empresas que decidirem buscar a certificação serão auxiliadas pelos organizadores do projeto, com até metade dos custos sendo pagos pelo programa.

“Também ajudaremos algumas empresas a participar de atividades promocionais, incluindo feiras e exposições internacionais”, disse Deborah Rossoni, analista de comércio exterior da ApexBrasil, ao Arab News.

O desconhecimento sobre o potencial dos mercados muçulmanos e o processo de certificação halal ainda prevalece entre a maioria das PMEs no Brasil, disse Rossoni.

“Muita gente acha que será complicado cumprir as exigências e obter a certificação halal. Às vezes, uma empresa terá que investir em novos equipamentos para atender às exigências halal, mas pode ser o caso de apenas dividir linhas de produção, por exemplo,” acrescenta.

As exportações do Brasil para o mundo árabe chegaram a US$ 17,74 bilhões em 2022, segundo relatórios recentes divulgados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira.

Produtos como açúcar de cana ou beterraba e sacarose quimicamente pura na forma sólida foram os principais produtos exportados para o mundo árabe, totalizando US$ 3,4 bilhões em 2022. Carnes e aves, frescas e congeladas, seguiram logo atrás, totalizando US$ 3,164 bilhões.

Isso foi seguido por minérios de ferro e concentrados, incluindo piritas de ferro no valor de US$ 2,9 bilhões, milho no valor de US$ 2 bilhões, soja no valor de US$ 1,1 bilhão e carne congelada de bovinos no valor de US$ 805,6 milhões.

Ahmad Saifi, diretor da Cdial Halal — uma das principais certificadoras da América Latina — disse ao Arab News: “Cada vez mais as empresas brasileiras de piscicultura estão buscando a certificação. O consumidor muçulmano certamente prefere produtos certificados.”

Certificadoras como a Cdial Halal também participam do Halal Brasil. O seu papel é fornecer informações úteis às PME e ajudá-las a tramitar no processo de tomada de decisão.

“O Brasil é um gigantesco exportador de produtos halal, mas as grandes empresas dominam a maior parte das vendas. Devemos não apenas melhorar nossa presença comercial no mundo muçulmano, mas também introduzir produtos mais sofisticados,” disse Saifi, acrescentando que isso já começou. O açaí, por exemplo, já está disponível no mundo árabe.

Versões processadas de açaí estão sendo cada vez mais exportadas para regiões de maioria muçulmana — não só a matéria-prima, mas itens com valor agregado, disse ele, acrescentando: “Esse é o tipo de movimento que devemos buscar agora.”

Rossoni concorda, dizendo que as exportações de commodities têm sido extremamente importantes para a economia brasileira, mas o país agora pode priorizar “produtos com valor agregado, incluindo embutidos de carne e bebidas”.

Ela acrescentou: “Oferecer os produtos finais com nossas próprias marcas nacionais certamente pode gerar ótimos resultados”.

Fonte: Arab News

Para ler o artigo original, acesse: https://www.arabnews.com/node/2269401/business-economy

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