Economia

Economia argentina cai 4,2% a/a em abril

jul, 03, 2023 Postado porGabriel Malheiros

Semana202326

A economia argentina caiu 4,2% em abril em relação ao mesmo mês do ano passado e 1,9% em relação a março, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC). Esta é a primeira queda interanual registrada neste ano.

No entanto, dez entre dezesseis setores econômicos registraram aumentos interanuais – a indústria extrativa cresceu 9%, a hotelaria e restauração 3,7% e a indústria de transformação 1,6%.

Os itens com maiores quedas ano a ano foram pesca (-73,1%) e agricultura, pecuária, caça e silvicultura (-36,8%). As duas atividades econômicas combinadas reduziram em 4 pontos percentuais a atividade econômica do mês.

Veja as 5 principais mercadorias exportadas em contêineres da Argentina nos primeiros cinco meses deste ano.

Principais exportações da Argentina | Janeiro – Maio | TEU

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Em março, um relatório da Bolsa de Grãos de Rosario (BCR, em espanhol) calculou que a forte seca que castigou o setor agrícola da Argentina reduziu o PIB do país em três pontos percentuais.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) calculou que o PIB da Argentina crescerá apenas 0,2% este ano, enquanto o orçamento do governo —aprovado antes da seca— estimava que a economia do país cresceria 2%.

A Pesquisa de Expectativas de Mercado do Banco Central (REM), divulgada em maio, calculou uma média com base nas principais consultorias do país e estima que o PIB do país cairá 3% neste ano e 0,3% em 2024.

Na sexta-feira, o INDEC também divulgou o índice salarial de abril, que mostrou um aumento de 5,7% no mês e 29,1% em 2023, enquanto projetava um aumento de 103,8% em relação ao ano anterior. Todos esses números são inferiores ao índice de inflação — que foi de 8,4% em abril, 108,8% na comparação anual e 32% de janeiro a abril.

A seca não afetou apenas o PIB do país, mas também reduziu as exportações e aprofundou a crise de escassez de reservas internacionais da Argentina. A consultoria Ecolatina calculou que, após o pagamento de sexta-feira ao FMI, as reservas internacionais líquidas do Banco Central estão em um recorde negativo de US$ 3,5 bilhões.

Segundo o relatório da Ecolatina, as reservas continuarão caindo não só por causa dos efeitos da seca, mas também devido “às habituais pressões cambiais que acontecem às vésperas das eleições e nos meses que antecedem uma eventual transição”, bem como à estratégia do governo de intervir no mercado financeiro para conter o gap cambial.

Uma equipe do Ministério da Economia deve viajar a Washington nesta semana e fechar as renegociações com o FMI, o que significaria novos empréstimos do credor, parte do qual o governo espera usar para conter corridas cambiais. No entanto, segundo a Ecolatina, ainda não se conhecem as condições que poderão ser impostas para antecipar os próximos empréstimos, como mais medidas de austeridade.

Fonte: Buenos Aires Herald

Para ler a matéria original, acesse: https://buenosairesherald.com/economics/argentine-economy-falls-4-2-yoy-in-april

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