Disputa por contêineres continuará a afetar o agro
ago, 26, 2021 Postado porSylvia SchandertSemana202124
O cenário global de escassez de navios e contêineres para exportação e a disparada dos fretes marítimos estão deixando um gosto amargo de oportunidade perdida para o agronegócio brasileiro. Embora o país esteja batendo recordes de faturamento nas vendas ao exterior, a sensação do setor é de que os números poderiam ser melhores. Para exportadores e operadores portuários ouvidos pelo Valor, a situação não deverá melhorar antes do ano que vem.
“É complicado falar em aperto [logístico] ou reclamar quando estamos batendo recordes. Mas o que a gente vê é que poderia, sim, ser bem melhor, e isso significaria também mais divisas para o país”, afirma Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entidade que representa empresas como BRF, Seara (JBS) e Aurora.
Em julho, as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 11,3 bilhões,15,8% mais que no mesmo mês de 2020 – os embarques nunca haviam superado US$ 10 bilhões em julho. Mas esse crescimento refletiu sobretudo o aumento de preços dos produtos exportados, já que os volumes caíram 9,9%.
Estimativa do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) aponta que, entre maio e julho, o segmento deixou de embarcar, por causa do problema logístico, cerca de 3 milhões de sacas, ou US$ 445 milhões (considerando valores médios). “Em abril, a taxa de rolagem [adiamento] dos embarques era de 20%. Em julho, foi para 40%, ea gora, em agosto, estamos perto de 50%”, afirma o diretor técnico da associação, Eduardo Heron Santos.
Fonte: Valor Econômico
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