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Déficit em produtos químicos é recorde em 2021

jan, 26, 2022 Postado porSylvia Schandert

Semana202204

O Brasil importou US$ 60,7 bilhões em produtos químicos em 2021, valor total pago pela aquisição das mais de 60,5 milhões de toneladas, marcas inéditas nas importações feitas pelo País ao longo de toda a série histórica de acompanhamento da balança comercial setorial pela ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química (desde 1989).

Na comparação com os resultados de 2020, foi registrada uma expressiva elevação, de 46,7%, no valor monetário das importações, acompanhada de importante elevação de 17,4% nas quantidades físicas adquiridas, pressionando a indústria nacional e deslocando os produtos brasileiros no próprio mercado doméstico.

Resultado das importações

Quando comparadas com as 37,5 milhões de toneladas de 2013, ano em que havia sido registrado, até então, o maior déficit no histórico da balança comercial de produtos químicos, de US$ 32,0 bilhões, observa-se um aumento de 61,3%, sobretudo em produtos químicos orgânicos e para o agronegócio, e um vertiginoso crescimento de 105,5% das importações originárias da Ásia (excluído o Oriente Médio), ao passo que o crescimento médio das importações de todas as demais origens foi de 31,6%, consolidando tal região geográfica como principal fornecedora de produtos químicos para o Brasil (importações de US$ 17,6 bilhões) e com a qual se registra o maior desequilíbrio comercial setorial (déficit de US$ 16 bilhões).

Exportações de produtos químicos

As exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, de US$ 14,5 bilhões, em 2021, tiveram um crescimento de 32,3% na comparação com o ano anterior, em grande medida resultado devido ao aumento de 18,7% dos preços médios e à retomada de vendas aos países vizinhos, em especial do Mercosul, os quais em 2020 tiveram severos impactos econômicos com a pandemia da COVID-19. Em termos de quantidades físicas, foram movimentadas 16,3 milhões de toneladas para os mercados de destino, aumento de 11,5%, mas acompanhado de reduções consideráveis nos volumes exportados de cloro e álcalis (-43,0%), de aditivos de uso industrial (-6,7%) e de resinas termoplásticas (-4,5%).

Déficit comercial

O déficit na balança comercial de produtos químicos totalizou o recorde de US$ 46,2 bilhões em 2021 – superando recentes estimativas da própria ABIQUIM – valor 51,8% superior ao total de 2020, de US$ 30,5 bilhões, e 44,4% maior do que aquele de 2013, recorde anterior, de US$ 32,0 bilhões.

Avaliando-se as trocas comerciais com os principais blocos econômicos regionais, em 2021, o Brasil foi superavitário apenas em relação aos países vizinhos e históricos parceiros comerciais, do Mercosul e da Aladi, respectivamente saldos comerciais de US$ 1,4 bilhão e de US$ 615 milhões.

Entretanto, foram novamente registrados resultados estruturais negativos expressivos em relação à União Europeia e ao Nafta (América do Norte), que somados ultrapassaram um déficit agregado de US$ 20,4 bilhões, além do mencionado crescente desbalanceamento com a Ásia (déficit com essa região se amplia de US$ 4,3 bilhões, em 2010, para US$ 16 bilhões, em 2021).

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