Carnes

Consórcio argentino exportador de carne bovina cede às exigências do governo

mar, 18, 2022 Postado porGabriel Malheiros

Semana202211

Um dos principais grupos exportadores de carne bovina da Argentina, que no início desta semana havia contrariado as exigências do governo de que o mercado interno fosse priorizado em relação aos embarques para o exterior, cedeu ao alerta das autoridades e concordou em vender seus produtos a preços negociados.

O grupo, que responde por 82% das vendas de carne bovina ao exterior, decidiu unilateralmente deixar de vender cortes populares a preços acessíveis para o consumo interno devido a supostas “diferenças” com a política de exportação do governo.

O Consórcio ABC finalmente decidiu que vai continuar com o programa de vendas a preços acessíveis, invalidando assim seu anúncio anterior.

Foi Julián Domínguez, do Ministério da Agricultura e Pecuária, que, em uma reunião muito tensa e “nada amistosa”, os informou que aqueles que desrespeitassem o mercado interno seriam proibidos de exportar.

O consórcio precisará, portanto, fornecer sua parcela mensal de toneladas dos chamados cortes populares a preços acessíveis, conforme acordo de janeiro.

A postura da ABC não foi apoiada pelas demais câmaras de processamento de carnes e, após dura advertência do ministro, decidiram mudar de ideia.

Domínguez explicou que “Tomei esta decisão no contexto do conflito de guerra que provocou aumentos globais dos preços dos alimentos, situação que se soma à crise que nosso gado atravessa devido à seca, aos incêndios em Corrientes e à escassez de 1,5 milhão de cabeças de gado”.

Desde o final do ano passado, as diversas câmaras industriais e entidades agropecuárias do setor haviam acordado com o Ministério a reabertura parcial das exportações, viabilizando as vendas externas de carne bovina das categorias D e E, poupando para o mercado interno os cortes mais acessíveis e também os preferidos pelos consumidores locais.

Também em janeiro, os frigoríficos acertaram um preço para as vendas no mercado interno que, na época, estava entre 20 e 30% abaixo do preço médio de mercado. Esses números entrariam em vigor de 7 de janeiro a 7 de abril e após disto deveriam ser revistos. Também foi firmado o compromisso de fornecer 6.000 toneladas mensais desses cortes para o consumo interno durante todo o ano.

Nesta semana, o Consórcio ABC decidiu abandonar o programa, devido a supostas discrepâncias com a política oficial. Alegaram que empresas sem matadouros próprios e com carnes de origem duvidosa estavam autorizadas a exportar. Argumentou-se também que esses outros exportadores não liquidavam suas receitas através dos canais oficiais de câmbio e também aproveitavam as diferentes taxas de câmbio. O consórcio também disse suspeitar que, sob a aparente exportação de carne bovina descartada, estariam exportando os cortes que estavam proibidos de vender no exterior.

Fonte: MercoPress

Para ler o artigo original completo:

https://en.mercopress.com/2022/03/18/argentine-beef-exporting-consortium-gives-in-to-gov-t-demands

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