Economia

Comércio Brasil-Canadá bate recorde em 2022

fev, 06, 2023 Postado porSylvia Schandert

Semana202306

A corrente de comércio entre Brasil e Canadá – soma entre as exportações e importações –fechou 2022 com resultado recorde e alcançou, pela primeira vez, a marca de US$ (FOB) 10,5 bilhões. O resultado confirma a tendência de alta  observada nas relações comerciais entre os dois países no decorrer de todo o ano, conforme os dados copilados pelo estudo Quick Trade Facts da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC), baseados nas informações da balança comercial do Ministério da Fazenda. A cifra representa um crescimento de 41% na comparação com os US$ (FOB) 7,497 bilhões registrados em 2021.

O diretor de Relações Institucionais da CCBC, Paulo de Castro Reis, analisou os resultados e afirmou que o Canadá entrou para o radar das empresas brasileiras, seja para as que querem se internacionalizar, seja para expandir negócios ou criar bases de operações na América do Norte.

“Além disso, 2022 foi marcado por grandes eventos e missões comerciais de diversos setores estratégicos, contribuindo para que investidores do Brasil conhecessem não somente o ecossistema de inovação canadense, mas também tivessem a chance de compartilhar conhecimentos e ideias para firmar novas parcerias e acordos comerciais.”

Outro dado importante é que o menor patamar observado, na última década, nas relações comerciais entre os dois países foi em 2016, quando as importações e exportações totalizaram US$ 4,2 bilhões. A partir daí, contudo, os números passaram a ser mais robustos, apontando para uma maior complementaridade das duas economias nos anos seguintes.

Importações de fertilizantes em destaque

O conflito entre Rússia e Ucrânia fez com que empresários do agronegócio buscassem por novas alternativas de fertilizantes no Canadá, fazendo com que as compras do produto tivessem aumento significativo, dobrando para US$ (FOB) 5,186 bilhões em 2022, um avanço de 101% frente a janeiro-dezembro de 2021, quando somaram US$ (FOB) 2,575 bilhões.

Entre os principais produtos adquiridos pelo Brasil, a indústria química (em especial adubos ou fertilizantes químicos) permaneceu em destaque. As compras desses produtos cresceram 151% para US$ (FOB) 3,7 bilhões, representando 72% do total importado pelos brasileiros. Enquanto os produtos da indústria de transformação responderam por 4,8% do total importado, somando US$ (FOB) 251 milhões, as importações brasileiras de aeronaves e outros equipamentos atingiram US$ (FOB) 224 milhões, o equivalente a 4,3% da totalidade importada pelo Brasil.

Confira a seguir um histórico das importações brasileiras do Canadá. Os dados são do DataLiner:

Importações Brasileiras do Canadá | Jan 2019 a Dez 2022 | TEU

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)

Exportações seguem a todo vapor

Ao mesmo tempo, os embarques dos produtos brasileiros para o Canadá no ano passado totalizaram US$ (FOB) 5,382 bilhões, superando em 9% as exportações de 2021, quando somaram US$ (FOB) 4,922 bilhões. Os principais produtos da pauta de exportação do Brasil para o Canadá e com maior peso na corrente de comércio foram: ouro (26,5% do total exportado); alumina (óxido de alumínio, exceto corindo artificial), com 26,4% do total; e açúcares e melaços (9,4%).

Sob a ótica do agronegócio, os embarques de carnes de aves e suas miudezas (comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas) cresceram 16% em 2022, somando US$ (FOB) 53,2 milhões, ante os US$ (FOB) 7,35 milhões do ano anterior. Nesse mercado, o destaque foi a venda de carne bovina, que subiu 255% no montante de US$ (FOB) 13,9 milhões para US$ (FOB) 19,3 milhões.

A seguir um histórico das exportações brasileiras ao Canadá a partir de janeiro de 2019. Os dados são do DataLiner:

Exportações Brasileiras ao Canadá | Jan 2019 a Dez 2022 | TEU

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)

Saldo comercial positivo

O Brasil encerrou 2022 com superávit de US$ (FOB) 196,3 milhões na corrente comercial entre os dois países. Enquanto o Canadá figurou na 12ª posição no ranking das importações para o Brasil, o país norte-americano manteve-se na 13ª posição como o maior destino das exportações brasileiras.

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