Grãos

Com recorde de exportação, preço do milho deve seguir elevado

jan, 26, 2023 Postado porSylvia Schandert

Semana202305

As exportações de milho do Brasil atingiram recorde para o mês de dezembro. Ao todo foram exportadas 6,41 milhões de toneladas do cereal – melhor desempenho para o período na série histórica, superando, inclusive, dezembro de 2015, quando as exportações chegaram a 6,27 milhões de toneladas. Os dados são destacados pelo boletim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A estatal ressalta que as vendas externas seguem aquecidas neste início de ano. Nos 15 primeiros dias úteis de janeiro, os embarques chegaram a 4,2 milhões de toneladas, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O volume, ainda parcial, já supera em 54% o registrado em todo mês de janeiro de 2022.

“O elevado volume exportado em dezembro já conta com 1,1 milhão de toneladas com destino para a China, o que melhora as perspectivas de comercialização do cereal para o continente asiático neste ano”, destaca, em comunicado, o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira.

Veja abaixo um gráfico com o volume exportado de milho (hs 1005) de janeiro de 2019 a novembro de 2022, de acordo com a ferramenta de inteligência de mercado DataLiner da Datamar.

Exportações brasileiras de milho | janeiro 2019 – novembro 2022 | WTMT

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)

Preços elevados

De acordo com o boletim da Conab, as vendas elevadas em 2022 e no início deste ano seguem dando suporte aos preços do cereal no mercado interno devido aos menores níveis dos estoques de passagem do grão. Além disso, o corte na produção para a temporada 2022/2023, tanto na primeira safra brasileira quanto na estimativa de colheita nos Estados Unidos, devem colaborar para cenários de alta das cotações, principalmente no primeiro semestre.

No caso da soja, o boletim da Conab também aponta para um viés de alta nos preços no mercado doméstico ao longo de 2023, influenciados pelo mercado internacional da oleaginosa. O aumento nas cotações internacionais é explicado, principalmente, pelos problemas climáticos de seca registrados na Argentina. A expectativa é que a produção na safra 2022/23 varie entre 35,5 a 41 milhões de toneladas, conforme a Bolsa de Cereales, podendo registrar uma nova quebra no vizinho.

“Com a quebra de safra na Argentina, o Brasil deve continuar com fortes exportações de farelo e óleo de soja em 2023. Além disso, a possibilidade de elevação do percentual de 10% para 15% de biodiesel ao diesel, deve manter os esmagamentos elevados. A estimativa de exportações brasileiras de soja também deve ser elevada, dando assim, sustentação aos preços nacionais”, ressalta o superintendente da Companhia.

Para o trigo, o movimento é contrário, com queda nos preços no mercado interno. A produção recorde registrada no país, com cerca de 9,7 milhões de toneladas colhidas em 2022, impacta na maior oferta do produto no mercado, o que leva à redução registrada. “No entanto, a quebra da safra argentina e a questão do câmbio podem minimizar a pressão de baixa”, explica a analista de mercado da Conab, Flávia Starling.

Fonte: Valor Econômico 

Para ler a reportagem original, acesse: https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2023/01/25/com-recorde-de-exportacao-preco-do-milho-deve-seguir-elevado.ghtml

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