Grãos

Cenário para as exportações de milho se torna ainda mais favorável

set, 12, 2022 Postado porGabriel Malheiros

Semana202237

O cenário para as exportações de milho do Brasil ficou ainda mais favorável após a expedição Pro Farmer, que monitorou as principais regiões produtoras nos Estados Unidos, apontar uma nova queda na produção do país. A previsão agora é que a colheita americana deverá ficar em 349,5 milhões de toneladas nesta safra 2022/23, 15 milhões a menos que o volume previsto pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) em seu relatório de agosto.

Segundo Flávio Roberto de França Júnior, coordenador de grãos da consultoria Datagro, a nova projeção soma-se a outros elementos que reforçam que as exportações brasileiras de milho deverão alcançar cerca de 40 milhões de toneladas este ano, perto do recorde de 42,7 milhões de 2019.

“Há demanda de todo o lado, seja pelo conflito na Ucrânia, pela seca nos EUA e na Europa ou por questões geopolíticas que venham a levar a sanções americanas contra os chineses”, disse França Júnior ao Valor.

De fato, as vendas externas estão maiores em 2022 como já era esperado após a quebra de safra no Brasil no ano passado.

“Diferente da soja, que tem demanda mas não tem oferta no Brasil [por causa dos problemas climáticos na região Sul], o milho tem disponibilidade e está com um excedente para exportação. Esse ritmo acelerado de embarques vai durar até o fim do ano”, disse.

Veja abaixo o histórico do volume de milho (HS 1005) exportado pelo Brasil de janeiro de 2021 a julho de 2022. Os dados são do DataLiner.

Exportações brasileiras de milho | janeiro 2021 – julho 2022 | WTMT

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

No início de agosto, autoridades de Brasil e China assinaram um acordo sanitário que permitirá a venda do milho brasileiro ao país asiático ainda neste ano — e não em 2023 como havia sido comunicado anteriormente pelo Ministério da Agricultura. Assim, o Brasil ganhará um canal de escoamento para um mercado com forte demanda. De acordo com o USDA, a China deverá importar 18 milhões de toneladas na safra 2022/23.

Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado, é mais cauteloso em relação em relação ao país asiático. Segundo ele, não haverá grandes quantidades embarcadas à China neste ano e talvez nem em 2023.

“O protocolo sanitário assinado para importação do milho funciona como uma proteção ao primeiro navio que levar a carga, assegurando que o produto embarcado no Brasil não será contaminado ao chegar na China. Mas isso não significa que os chineses vão comprar agora, pois estão há 30 dias de uma colheita superior a 270 milhões de toneladas. A necessidade de importação pode vir apenas no primeiro semestre de 2023, após o fim da temporada de exportações do Brasil”, ressaltou.

Ainda assim, o analista espera uma demanda por milho do Brasil aquecida até o fim do ano, especialmente da Europa, onde as lavouras vêm sofrendo com a onda de calor.

Fonte: Valor Econômico

Para ler o artigo original completo, acesse: https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2022/09/11/cenario-para-as-exportacoes-de-milho-se-torna-ainda-mais-favoravel.ghtml

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