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Grãos

Caem exportações de milho americano

ago, 06, 2019 Postado porSylvia Schandert

Semana201933

Os embarques de milho americano caíram em junho, e é improvável que tenham se saído melhor em julho, já que os preços elevados e a concorrência externa continuaram reprimindo os negócios de exportação do maior fornecedor mundial de milho.

Enquanto isso, as exportações de soja dos EUA foram recordes para o mês, à medida que as empresas buscam cumprir a grande quantidade de vendas pendentes para a China.

De acordo com dados publicados na última sexta-feira (02/08) pelo US Census Bureau, os Estados Unidos exportaram 3,07 milhões de toneladas de milho em junho, o menor volume de junho em seis anos e o menor em qualquer mês desde novembro de 2017.

Apesar das remessas de milho americano sem brilho, o mundo ainda está obtendo seu milho graças aos concorrentes na América do Sul. O Brasil, exportador número 2, embarcou 6,3 milhões de toneladas do grão amarelo em julho, volume recorde para qualquer mês.

De acordo com estimativas do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), Brasil, Argentina e Ucrânia se combinarão para exportar 99,5 milhões de toneladas de milho em 2018-19, cerca de 52% a mais do que no ano anterior. O recorde anterior para os três principais fornecedores de milho é de 78,9 milhões de toneladas em 2016-17.

O gráfico DataLiner a seguir mostra as exportação de milho do Brasil por trimestre, a partir do primeiro trimestre de 2014:

Soja americana

Os Estados Unidos exportaram 3,19 milhões de toneladas de soja em junho, superando o recorde do ano passado, de 3,12 milhões. Entre setembro e junho, os embarques somaram 38,95 milhões de toneladas (1,4 bilhão de bushels), queda de 24% no ano.

As exportações para a China atingiram 1,73 milhão de toneladas em junho, cerca de 54% do total exportado no mês. Essa foi a maior participação mensal da China nas exportações de soja dos EUA e a primeira vez que ultrapassou 50% desde janeiro de 2018.

Os embarques para outros destinos que não a China totalizaram 1,47 milhão de toneladas, substancialmente abaixo do ano anterior, mas acima das médias recentes de junho, sugerindo que os negócios de soja com outros países estão ocorrendo normalmente.

O USDA prevê que as exportações de soja dos EUA atinjam 46,3 milhões de toneladas (1,7 bilhão de bushels), o que significa que uma média de 3,66 milhões de toneladas deve sair dos portos dos EUA em julho e agosto. Os dados de inspeção indicam que os embarques de julho superaram essa marca, mas o ritmo semanal deve chegar a quase 750 mil toneladas por semana a partir de agora até 31 de agosto, para coincidir com as perspectivas do USDA.

Esse fato acontecer, depende, em grande parte, do cumprimento das vendas chinesas. O total de compromissos com soja em 2018-19 situou-se em 48,7 milhões de toneladas em 25 de julho, o que significa que há certa margem de manobra, mas não se a China cancelar as encomendas de repente.

Mas as relações comerciais EUA-China azedaram desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu colocar tarifas sobre mais produtos chineses a partir de setembro, parcialmente motivadas por sua alegação de que a China não cumpriu as promessas de comprar grandes volumes de produtos agrícolas norte-americanos.

Na manhã desta terça-feira (06/08), em Pequim, o Ministério do Comércio da China anunciou que as empresas chinesas pararam de comprar produtos agrícolas dos EUA e que a China poderia impor tarifas de importação sobre os produtos que foram comprados depois de 3 de agosto.

Aparentemente, a China ainda planejava honrar contratos anteriores de importação de soja dos EUA, que seriam embarcados principalmente neste mês e no próximo mês. A disputa comercial também ameaça seriamente a campanha de exportação de soja dos EUA, em 2019-20, caso seu maior comprador planeje evitar a oleaginosa americana.

Fonte: Reuters

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