Aumento da reciclagem naval atesta colapso do mercado de contêineres

O colapso do mercado de contêineres está ocorrendo a olhos vistos, com um maior número de porta-contentores a ponto de serem reciclados e outros tomando a maior rota possível em direção à Ásia, através do Cabo da Boa Esperança, para tentar suprimir a capacidade inutilizada.

Tanto a Clarksons quanto a Braemar estão relatando que vários porta-contêineres de dimensões menores entraram no mercado de reciclagem naval nesta semana.

“O fluxo de embarcações entrando no mercado de reciclagem está começando a crescer”, observou a corretora Braemar, contabilizando 14 embarcações em busca de ofertas para sucateamento até segunda-feira (12/12).

“Embora um desbando de navios porta-contêineres em direção ao mercado de reciclagem não seja esperado nesta fase, especialmente para navios de tamanhos maiores, o cenário atual ainda é encorajador para os recicladores que estão vendo um maior fluxo de unidades chegarem à mesa”, sugeriu a Clarksons Research, enfatizando que essas primeiras sucatas foram um “indicativo de que a bolha do mercado de contêineres finalmente estourou.”

Em mais um sinal de colapso do mercado, a Sea-intelligence identificou que treze navios em rota entre o norte da Europa e a Ásia planejam fazer um longo desvio pelo sul do continente africano ao invés de passar pelo Canal de Suez, a fim de tentar diminuir a vacância de capacidade.

O Shanghai Containerized Freight Index (SCFI) – índice de frete baseado em Xangai –  está em seu ponto mais baixo desde agosto de 2020, com analistas da Jefferies observando que “as taxas atuais de frete spot nas principais rotas Ásia-EUA e Ásia-Europa se igualaram ou caíram para abaixo dos dos custos operacionais de porta-contêineres, sugerindo que o mercado entrou bruscamente em um cenário que exige mais omissões de escalas ou ociosidade total da capacidade existente da embarcação.”

As linhas de contêineres estão se preparando para absorver à suas frotas entregas recordes de novos navios nos próximos dois anos, em meio ao que parece ser uma perspectiva de demanda fraca.

“A demanda está diminuindo, uma vez que a inflação de alimentos e energia direciona os gastos dos consumidores para longe dos produtos transportados em contêineres e os aumentos nas taxas de juros estão dilatando as dívidas internacionais”, observou a Danish Ship Finance em um relatório recente, descrevendo a perspectiva de curto prazo como sombria, devido ao fato de que espera-se que a frota global cresça, entre 2023 e 2024, de 2,4 a 2,8 milhões de TEU – o equivalente a 10% e 11% da frota atual.

Fonte: Splash247

Para ler a matéria original em inglês, acesse: https://splash247.com/container-market-collapse-sees-first-ships-heading-for-scrap/

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