Grãos

Aumenta dependência de estradas para exportar grãos e fretes sobem

jan, 28, 2021 Postado porSylvia Schandert

Semana202104

Segundo um estudo feito em conjunto pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (EsalqLog), da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP), e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o  agronegócio brasileiro depende hoje um pouco menos das estradas do que dependeu no passado. Ainda assim, nas exportações, principalmente de soja e milho, o peso da matriz rodoviária tem crescido no país,

Na soja, a dependência do transporte rodoviário caiu de 74,7% em 2010 para 67,4% em 2019. Em contrapartida, a movimentação por ferrovias cresceu de 20,2% para 24%, enquanto a movimentação hidroviária passou de 5,1% para 8,6% no período.

Quando se fala apenas de exportações de soja, no entanto, a participação do modal rodoviário subiu de 44,7% (2010) para 49,1% (2019). No mesmo período, o uso de ferrovias caiu de 47% para 38,3% e o de hidrovias cresceu de 8,3% para 12,6%.

No caso do milho, o estudo mostra que os caminhões enviaram a maior parte do grão da fazenda para os principais destinos (doméstico e portos), respondendo por quase 69% dos movimentos totais em 2019. As participações de ferrovias e hidrovias foram de 21% e 10%, respectivamente.

A participação das rodovias no transporte de milho caiu de 83,8% em 2010 para 69,2% em 2019. Mas, nas exportações do cereal, a dependência do transporte rodoviário subiu de 20% para 31%, enquanto a das hidrovias passou de 2,5% para 19,5%. O peso das ferrovias, por sua vez, diminuiu de 77,5% para 49,5%.

Segundo o levantamento, a distância média percorrida por um caminhão para levar soja e milho das fazendas para qualquer destino que não seja os terminais ferroviários e de barcaças é de 357 quilômetros. As ferrovias transportam milho a uma distância média de 1.258 quilômetros e a soja, por 1.047 quilômetros.

Fretes mais altos

Segundo o “Relatório Anual FreteBras – O Transporte Rodoviário no Brasil”, produzido pela plataforma online de transporte de cargas, Fretebras, a safra recorde de grãos no ano passado, impulsionou a demanda por fretes no setor agrícola. Ao considerar todos os fretes oriundos deste setor, o estudo o volume foi 71,3% maior que em 2019.

Considerando todo o volume movimentado, apesar do ano atípico por conta da pandemia, o setor de transporte rodoviário de cargas teve resultado positivo em 2020. O volume de fretes registrados no país aumentou 62% na comparação com 2019.

De acordo com o estudo, o maior impacto da pandemia no setor de transportes em 2020 foi sentido na primeira metade do ano. Do primeiro para o segundo trimestre, houve queda de 8% nos fretes. A redução ocorreu exatamente no momento em que foram iniciadas as medidas de distanciamento social, impostas pela pandemia da Covid-19.

Entretanto, a chegada do terceiro trimestre, com uma alta histórica puxada principalmente pela safra recorde de produtos agrícolas, contribuiu para que houvesse um aumento duas vezes maior no volume de fretes em relação ao mesmo período em 2019, registrando um crescimento de 102%.

Fontes: Valor Econômico e Canal Rural

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