Blog Notícias (PT)

Argentina toma mercado do Brasil na exportação de milho, afirma analista

mar, 28, 2024 Postado porSylvia Schandert

Semana202413

As exportações brasileiras de milho estão mais fracas em 2024, segundo afirmou o analista e consultor de Safras & Mercado Paulo Molinari, durante palestra no segundo dia da 7ª edição do Safras Agri Week, no último dia 27 de março. Segundo Molinari, a Argentina está ganhando terreno no mercado de exportação de milho, competindo de forma agressiva e reduzindo a demanda brasileira.

“Nesse cenário, as exportações de milho do Brasil no primeiro semestre podem se limitar a aproximadamente 1,5 milhão de toneladas, uma queda expressiva em relação às quase 6 milhões de toneladas exportadas no ano anterior”, diz.

O gráfico a seguir mostra o volume equivalente a contêineres de 20 pés das exportações de milho da Argentina (hs 84) entre janeiro de 2022 e janeiro de 2024. Os dados são do DataLiner.

Exportações de milho da Argentina | Jan 2022 – Jan 2024 | TEU

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Molinari afirma que o ambiente cambial segue girando entre R$ 4,80 e R$ 5,20 por dólar, mas se estiver abaixo de R$ 4,90 durante o ano, o produtor já deveria aproveitar a chance de comprar insumos e fertilizantes para 2025.

No âmbito interno, a mudança climática já está sinalizando a presença do fenômeno La Niña na primavera, o que poderá ocasionar atrasos nas chuvas, gerando especulação no mercado.

Com relação aos Estados Unidos, a perspectiva é de um clima normal para o plantio da safra de milho, entre maio e junho.

Para o verão, por enquanto, a tendência também é de um clima dentro do normal em grandes estados produtores, como Iowa e Illinois, o que não deixa espaço para grandes volatilidades no preço do cereal.

Molinari acrescenta que, mesmo com a instabilidade climática enfrentada pelos norte-americanos no último ano, a colheita do milho ainda assim foi recorde.

O consultor ressalta que, ao longo de 2024, o ambiente para o milho não é de altas sob o ponto de vista do produtor, tanto no Brasil quanto no cenário internacional.

Ele afirma que as chuvas recentes foram muito boas para a safrinha no Matopiba, em grande parte do Mato Grosso, em Goiás, São Paulo e Minas Gerais. Apenas na região de Rondonópolis, no centro-sul de Mato Grosso do Sul e no noroeste do Paraná é que as lavouras não receberam boas chuvas nos últimos 30 dias. Nas demais, até agora, a situação em geral é boa para a safrinha.

Molinari informa que o Brasil deverá iniciar as colheitas de milho safrinha de forma precoce, em maio e junho e não de julho a setembro, como em anos anteriores, o que tira a pressão climática sobre as lavouras. Assim, o Brasil terá uma necessidade de exportar ao menos 45 milhões de toneladas de milho neste ano, sem que haja problemas de abastecimento, mesmo vindo a colher uma safra menor frente ao ano passado, apontada por Safras & Mercado em quase 126 milhões de toneladas.

No cenário internacional de preços, Molinari sinaliza que a Bolsa de Chicago passará a se orientar agora pelo tamanho da safra nos Estados Unidos e pelas variações no preço do petróleo, com a continuidade da guerra na Ucrânia, o que afeta a região do Mar Negro.

Ele destaca que os preços em Chicago estão mais próximos da média normal de US$ 3,80 e poderão chegar a patamares ainda mais baixos, o que vai depender do tamanho da safra norte-americana.

O viés é de uma redução da área de milho de 94,6 milhões de acres para 92 milhões de acres, levando em conta o sentimento dos produtores. Essa queda leva em conta a relação de troca mais favorável à soja no país neste momento frente ao milho.

“Se a área de milho dos Estados Unidos vier muito abaixo de 91 milhões de acres, poderá haver algum suporte nos preços. Do contrário, o cenário ainda seguirá baixista às cotações”, conclui.

Fonte: Canal Rural

Clique aqui para ler o texto original: https://www.canalrural.com.br/agricultura/argentina-toma-mercado-do-brasil-na-exportacao-de-milho-afirma-analista/

Sharing is caring!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *