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Argentina e Uruguai têm casos de gripe aviária

fev, 16, 2023 Postado porSylvia Schandert

Semana202308

A Argentina e o Uruguai confirmaram ontem (15/02) os primeiros focos de gripe aviária de alta patogenicidade em seus territórios. Em ambos os casos, a doença foi verificada em aves silvestres, que apareceram mortas em parques nacionais nos últimos dias. O governo brasileiro já está em contato com as autoridades dos países vizinhos para entender o risco de o vírus cruzar a fronteira.

Na segunda-feira, cinco cisnes de pescoço preto apareceram mortos na costa de Laguna Garzon, no Uruguai, com sintomas da doença. Exames laboratoriais confirmaram as suspeitas das autoridades sanitárias. Na Argentina, gansos andinos encontrados em Laguna de los Pozuelos, no norte da província de Jujuy, testaram positivo para a enfermidade.

“Não é uma surpresa”, disseram autoridades de ambos os países durante entrevistas coletivas para detalhar os casos e falar sobre medidas. “Análises de evolução epidemiológica mostravam a temida enfermidade presente em todos os continentes e avançando nas Américas do Norte e do Sul”, explicou o ministro da Agricultura e Pecuária do Uruguai, Fernando Mattos.

A gripe aviária é uma doença altamente contagiosa que afeta aves domésticas e silvestres e pode causar grandes prejuízos aos criadores. O ministro da Agricultura do Uruguai explicou que, por se tratar de casos em animais silvestres, não haverá embargos às exportações de proteína.

“Estamos tomando as medidas necessárias para preservar a produção avícola, que é uma importante atividade social”, afirmou. “É uma ameaça maior às aves criadas em quintais, que normalmente não têm os mesmos níveis de biosseguridade das granjas comerciais.”

Mattos reforçou que as chances de a doença ser transmitida para humanos é baixa. Os dois casos registrados até hoje – em 2022 nos EUA e em 2023 no Equador – se deram por um contato muito próximo entre aves doentes e humanos. “A enfermidade não é transmitida a humanos pelo consumo da carne”, frisou.

Em coletiva, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o Brasil vai fortalecer a fiscalização e a vigilância ativa da gripe aviária após a confirmação dos novos casos na América do Sul. O local de identificação da ave infectada no Uruguai fica a apenas 180 quilômetros da fronteira com o Rio Grande do Sul.

Ele disse que não haverá interrupção de fluxo nas fronteiras, mas que a fiscalização será intensificada. Como não há importação de produtos de países vizinhos onde já foram registrados casos em granjas comerciais, como Bolívia, Equador e Peru, não serão impostas barreiras no comércio dessas origens.

Fávaro ressaltou que o Brasil não tem nenhum caso detectado nem suspeito e que o status de livre da gripe aviária permanece. Duas aves silvestres com sintomas gripais foram capturadas no Rio Grande do Sul há algumas semanas, mas os exames não detectaram gripe aviária. Na última sexta-feira, aves domésticas (pato e galinha) de Manaus (AM) com suspeitas foram testados, mas os resultados também foram negativos para a doença.

O secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, disse que o sistema brasileiro de defesa, que atua na vigilância da gripe aviária, passou o dia de ontem em reunião para “estabelecer a cadeia de comando e ação para caso de detecção ou de sintomas de influenza aviária”. Ele ressaltou que o risco de introdução da doença no país é alto por conta do fluxo das aves migratórias.

“O risco mais alto é de agora até meados de abril e maio. Estamos passando pela fase aguda de risco de ocorrência até quando as aves voltarem na migração natural, que ocorrem todos os anos, para o Hemisfério Norte”, explicou Goulart.

Qualquer barreira comercial só pode ser imposta a partir da detecção da gripe aviária de alta patogenicidade em aves de criações comerciais. Ainda assim, a aproximação da doença das fronteiras brasileiras preocupa produtores e exportadores. A proliferação da gripe em outros exportadores favoreceu as vendas do Brasil no ano passado.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) disse que os protocolos de biosseguridade do Brasil seguem elevados, especialmente na proteção dos plantéis industriais, com a proibição total de visitas às granjas e unidades produtoras, entre outros cuidados sanitários já adotados pelas agroindústrias, como o controle total do fluxo de aves e rações, desinfecção de veículos, trocas de roupas e reforço às proteções nas propriedades contra aves migratórias.

“Os nosso criatórios têm índices de excelência na questão sanitária, isso não nos preocupa muito. Em um momento em que corre-se risco de chegar por aves migratórias, nunca é demais ter mais prevenção dentro das propriedades”, disse Fávaro.

Fonte: Valor Econômico

Para ler a reportagem original, acesse: https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2023/02/16/argentina-e-uruguai-tem-casos-de-gripe-aviaria.ghtml

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