Navegação

Tensão em Taiwan provoca desvios de rotas e atrasos no transporte marítimo

ago, 03, 2022 Postado porGabriel Malheiros

Semana202231

O fato da China ter anunciado exercícios militares em torno de Taiwan enquanto a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, visita a ilha, está gerando efeitos cascata no transporte marítimo global, provocando desvios de rotas e atrasando remessas de energias.

Os fornecedores de gás estão redirecionando ou reduzindo a velocidade de alguns navios de gás natural liquefeito atualmente em rota para o norte da Ásia, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. O transporte marítimo para Taiwan e Japão neste fim de semana também serão afetadas.

As empresas de navegação estão avaliando quais são suas opções após a resposta da China à visita do mais alto funcionário dos EUA à ilha em 25 anos. As ações ameaçam interromper as atividades em uma das hidrovias mais movimentadas do mundo.

A China, que considera Taiwan como parte de seu território, condenou a visita de Pelosi e disse que seus exercícios militares incluirão “disparos reais de longo alcance” perto de Taiwan a partir da noite de terça-feira, bem como mais exercícios cercando a ilha a partir de 4 de agosto. No início da quarta-feira, a emissora estatal CCTV disse que a China havia iniciado manobras conjuntas da Marinha e da Força Aérea na região.

As filiais locais da administração de segurança marítima da China emitiram vários avisos para que os navios evitem certos territórios, tendo em vista os exercícios militares. Um aviso do regulador em Fujian, província ao longo do Estreito de Taiwan, disse que os navios foram proibidos de navegar nas áreas onde os exercícios serão realizados do dia 04 ao dia 07 de agosto.

O Departamento Marítimo e Portuário de Taiwan alertou os navios para encontrar rotas alternativas para acessar e partir de sete grandes portos da ilha durante os exercícios da China, de acordo com o Apple Daily.

Agenciadores de navios e armadores disseram que o tráfego geral através do Estreito de Taiwan estava normal na quarta-feira, 03 de agosto, e empresas de consultoria relataram pouco impacto nos petroleiros da região.

Mas, à medida que a China aumenta a atividade militar e as proibições entram em vigor, os transportadores podem precisar redirecionar os navios ao redor do lado leste da ilha, em vez de utilizar a movimentada via navegável entre a China continental e Taiwan. Isso criará atrasos de cerca de três dias, de acordo com os corretores de navios.

“Se houver disparos reais na parte do estreito que é usada para navegação, o tráfego de navios-tanque provavelmente será desviado,” disse Anoop Singh, chefe de pesquisa de navios-tanque da Braemar. Ele acrescentou, no entanto, que “é provável que seja economicamente contraproducente para a China fechar as navegações pelos estreitos.”

Embora as interrupções possam exacerbar a escassez de gás natural líquido já existe em meio a crise de energia, atrasos de alguns dias não são incomuns. Os expedidores muitas vezes enfrentam tufões nesta época do ano que criam perturbações semelhantes.

O Estreito de Taiwan é uma rota importante para as cadeias de suprimentos, tendo em vista que quase metade da frota global de contêineres passou pela hidrovia este ano, segundo dados compilados pela Bloomberg.

No entanto, apenas cerca de 14% dos navios de petróleo e gás da China transitaram pelo estreito em 2022, de acordo com a empresa de análise Vortexa.

Embarcações menores ou com viagens mais curtas são mais propensas a seguir essa rota, enquanto petroleiros maiores navegam a leste de Taiwan.

“Podemos vir a nos preocupar se os exercícios se tornarem mais longos e mais intensos e acabarem impactando as cadeias de suprimentos, mas não há sinal de que isso aconteça agora”, diz Huang Huiming, gerente de fundos da Nanjing Jing Heng Investment Management.

Fonte: The Japan Times

Para ler o artigo original completo, acesse: https://www.japantimes.co.jp/news/2022/08/03/business/pelosi-taiwan-global-shipping/

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