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Exportação de lácteos para a China começa em agosto

ago, 02, 2019 Postado porSylvia Schandert

Semana201932

De acordo com a Viva Lácteos – Associação Brasileira de Laticínios – o Brasil deve começar a fazer a exportação de lácteos para a China neste mês de agosto.

A entidade afirma que as China é o maior importador de produtos lácteos do mundo, com cerca de 800 mil toneladas de leite em pó. A produção atual deste produto no Brasil chega a 600 mil toneladas. A expectativa é poder exportar 4,5 milhões de dólares em produtos lácteos.

Na semana passada, o Ministério da Agricultura anunciou que a China autorizou 24 plantas do Brasil a fazer a exportação de lácteos para o país, incluindo queijo, manteiga, leite condensado e leite em pó.

O setor lácteo brasileiro exportou o ano passado para mais de 50 destinos. O país tem avançado principalmente nas exportações de queijo. Os chineses importaram, em 2018, 108 mil toneladas deste produto, e nos últimos cinco anos têm crescido a uma taxa média anual de 13%. O valor embarcado no ano passado foi de 18 milhões de dólares, com crescimento de 65,2% nos últimos três anos.

“As empresas brasileiras farão das vendas de queijos uma prioridade. Não há como vender leite em pó, uma commodity”, afirmou Marcelo Martins, presidente da Viva Lácteos.

Para Martins, as empresas brasileiras de lácteos estão ansiosas para voltar seu foco para as exportações, depois de mais de uma década de ausência da China para atender o mercado doméstico, que cresceu 4% ao ano entre 2008 e 2014.

“As autorizações foram um passo decisivo para criar demanda por lácteos brasileiros e nada melhor que a abertura do mercado chinês”, afirmou. “Mas nós temos dever de casa para fazer.”

Martins disse que os custos de frete e a rede de energia elétrica não confiável do Brasil, que é vital para manter e administrar qualquer operação rentável de produtos lácteos, também representam desafios para os futuros exportadores.

Ian Lin, executivo-chefe do Group Serpa, especialista em comércio de Xangai, disse em uma entrevista que os consumidores chineses não estão acostumados a comprar “muitos” produtos lácteos, mas que a cultura pode mudar.

Uma grande porcentagem da população da China é intolerante à lactose, de acordo com estudos científicos, embora campanhas de marketing que a impulsionem como parte de uma dieta saudável tenham ajudado a desenvolver um mercado considerável para os laticínios no país.

Lin disse que as importações dominam o mercado de lácteos da China, com a Nova Zelândia respondendo por 51% do leite em pó exportado pelo país, que totalizou cerca de 800 mil toneladas em 2018.

Para Lin, o Brasil enfrentará a concorrência de fornecedores mais próximos da China, já que o custo do frete marítimo para enviar 20 toneladas de produtos lácteos da Nova Zelândia para a China é de US $ 870. Se a carga vier do Brasil, o valor passa a ser de US $ 1.500.

Por outro lado, a China importa 110 mil toneladas de queijo por ano, com um crescimento anual de 13%.

No ano passado, o total de exportações brasileiras de lácteos foi de US $ 58,2 milhões, com a Argentina, o Chile e a Rússia entre os maiores compradores, segundo dados da Viva Lácteos.

Fontes: Viva Lácteos e Reuters.

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