Grãos

China pode se manter só com soja da América do Sul no 4º trimestre

ago, 19, 2019 Postado porSylvia Schandert

Semana201934

Um analista chinês ligado ao governo do país afirmou que as principais compradoras de soja da China conseguem se manter sem importar dos Estados Unidos no quarto trimestre, comprando apenas de países da América do Sul.

Zhang Liwei, analista sênior do Centro Nacional de Informação sobre Grãos e Oleaginosas da China declarou, em uma conferência na cidade chinesa de Harbin, que mesmo que a China e os Estados Unidos consigam chegar a um acordo comercial nas próximas semanas, “Teremos oferta suficiente de soja, já que podemos comprá-la da América dos Sul”.

Apesar da demanda por soja ter diminuído na China em função da gripe suína africana, que dizimou grande parte dos porcos do país, os chineses compraram mais de um milhão de toneladas de soja do Brasil e da Argentina entre os dias 14 e 15 de agosto.

O gráfico DataLiner a seguir mostra as exportações de soja do Brasil para a China no período de Janeiro de 2015 a Junho de 2019:

Fonte: Datamar

No Brasil, a demanda pelo grão também cresceu. Segundo Lucilio Alves, pesquisador do Cepea, o motivo foi os leilões de biodiesel do governo, já que o mix obrigatório de biodiesel vai subir de 10% para 11%, o que exigirá mais de 200 mil toneladas de soja por mês.

Ao mesmo tempo, a demanda dos processadores locais por soja para produzir ração animal também deve permanecer forte, já que os frigoríficos brasileiros continuarão a demandá-la para produzir carne e exportá-la suprindo, também, a demanda da Ásia que teve seus rebanhos comprometidos pela gripe suína africana.

Com isso, segundo o Cepea, no Brasil os preços da soja chegaram a 85,40 reais por saca de 60 kg, a maior desde meados de novembro e alta de 10% no mês.

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