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Regras de Comércio

Acordo UE-Mercosul abre mercado para exportação de autopeças

ago, 09, 2019 Postado porSylvia Schandert

Semana201933

O setor europeu de fabricação de automóveis espera que o acordo comercial da União Europeia-Mercosul seja ratificado rapidamente, já que ele retira 35% das tarifas de importação impostas pelo Brasil e pela Argentina às exportações de automóveis da UE. A exportação de autopeças também será beneficiada.

O acordo foi bem recebido pela ACEA (Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis), que observa que o bloco comercial sul-americano, que inclui também o Uruguai e o Paraguai, abriga cerca de 270 milhões de pessoas e onde 3,3 milhões de carros novos foram vendidos em 2018.

No ano passado, a União Europeia exportou apenas 73.000 carros para o Mercosul, representando 2,2% do mercado total dos quatro países do bloco. Isso significa que há muito espaço para mais vendas de exportação. “Nas condições certas, existe um potencial real de crescimento para a indústria automobilística da UE, dada a dimensão do mercado do Mercosul, tanto em termos de população como de PIB”, afirma o secretário-geral da ACEA, Erik Jonnaert.

Também existe um benefício potencial para a exportação de autopeças da UE, cujas  atualmente atraem 18% de impostos sobre muitos produtos que vendem para os países do Mercosul.

A CLEPA (Associação Europeia de Fornecedores Automotivos) observa que o comércio entre a UE e o Mercosul em peças de componentes automotivos será totalmente liberalizado dentro de 15 anos a partir da conclusão do acordo. Durante os primeiros sete anos, no entanto, as tarifas do Mercosul sobre esses produtos permanecerão como estão agora, mas a partir do oitavo ano seguirão significativas reduções de impostos.

A CLEPA observa que o acordo “consolidaria uma parceria política e econômica estratégica e criaria oportunidades significativas para o crescimento sustentável de ambos os lados”.

Tal como está, as exportações de autopeças da UE para o Mercosul geram mais receitas do que as dos automóveis concluídos. Dados da Agência Estatal Europeia Eurostat mostram que as vendas de autopeças fabricadas na UE para o Brasil foram de € 2,1 bilhões (US $ 2,3 bilhões) em 2018. Isso se compara a € 555 milhões (US $ 622 milhões) em carros e € 20 milhões (US $ 22 milhões) de caminhões.

É a mesma história para o outro grande mercado do Mercosul, a Argentina, que importou € 606 milhões (US $ 679 milhões) em autopeças da UE no ano passado, em comparação com € 293 milhões (US $ 328 milhões) em carros fabricados na UE.

As peças são de longe a maior exportação automotiva do Brasil para a UE, compensando os exportadores com € 208 milhões ($ 233,1 milhões) em 2018, comparados com apenas € 5 milhões ($ 5,6 milhões) em carros e € 26 milhões ($ 29,1 milhões) em caminhões.

Os exportadores argentinos venderam 197 milhões de euros (US $ 220,8 milhões) em autopeças para a UE em 2018 e apenas 2,1 milhões de euros (2,4 milhões de dólares) em carros.

O acordo deve ajudar os exportadores brasileiros e argentinos a aumentar esses números, uma vez que todos os impostos cobrados sobre produtos industriais da UE serão eliminados em dez anos. A UE, por exemplo, agora cobra taxas de 10% sobre as importações de carros fabricados no Brasil e na Argentina e de 3% a 4,5% sobre muitas autopeças brasileiras e argentinas.

Fonte: Wards Auto

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